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janeiro 31, 2015

Petrus Logus O Guardião do Tempo, de Augusto Cury



Em uma época não tão distante da nossa, a humanidade colheu os frutos da  inconsciência. A escassez de recursos e a disputa por sobrevivência levaram o mundo à Terceira Guerra Mundial – a Grande Catástrofe que devastou a natureza e aniquilou povos e culturas inteiras.

A magia da história

Cem anos depois da tragédia, todo o planeta estava sob o domínio do Reino de Cosmus. Nesse novo mundo, por acreditar-se que o avanço tecnológico e o acesso ao conhecimento culminaram na ruína da Terra, livros escolas e qualquer fonte de educação e informação foram banidos. Mas o que os líderes de Cosmus não conseguiam enxergar era que os erros do passado – ganância, indiferença, corrupção, preconceito, discriminação – estavam sendo repetidos, trazendo de volta a decadência humana.
É nesse tempo de trevas que surge em cena o admirável príncipe Petrus, um jovem inconformado e questionador que, por sua rebelião ao sistema, é capturado, torturado e condenado à reclusão em uma prisão arquitetada para destruir a sanidade dos internos. Contudo, o conhecimento, a sagacidade e a solidariedade do príncipe para com os os outros presos, rendem-lhe força descomunal para quebrar a cadeia e fugir, libertando também, outros presos injustiçados.
Mas a sede de justiça instiga em Petrus os instintos mais animalescos. E para que o príncipe não seja devorado pelos próprios instintos, ele precisa aprender a controlar sua fera interior – o grande leão branco que se enfurece a cada sentimento ou atitude irracional e apazigua-se com o retorno à razão.


Narrativa e enredo

Esse livro foi um achado para mim, nunca tinha ouvido falar dele. De passagem por uma livraria no Aeroporto Santos Dumont, vi a capa que me chamou a atenção, li a sinopse e pimba! Paixão instantânea. 
Augusto Cury apostou no público jovem com esse trabalho e fez uma ótima aposta, pois as páginas de Petrus Logus O Guardião do Tempo são um caminho sem volta nem paradas. Numa leitura fluente e dinâmica, Cury nos leva por excitantes aventuras prendendo nossa atenção a cada lauda com seus personagens verossímeis e complexos que logo faturam nossa empatia.
Ao contrário de outros livros de ficção que já li, a saga do príncipe rebelde tem seu clímax distribuído a todos os momentos da leitura. Uma obra que devoramos com avidez, pois há sempre algo intenso e relevante acontecendo em cada página. E isso nos impressiona quando damos conta do tanto de horas que passaram tão rápido.


O que a história nos traz

Somada à leitura estimulante está a carga intelectual que o autor aplica na obra. A sabedoria do mestre Malthus, do seu discípulo Petrus e a interação entre os personagens trazem à reflexão relevantes questões da saúde emocional humana. Através da narrativa, Cury expressa brilhantemente a semelhança dos relacionamentos envenenados entres as pessoas daquele tempo e de agora. Sua vocação e paixão pelo interior humano ficam registrados nessa encantadora obra que pode ensinar valores espirituais e sociais comuns a pessoas (de qualquer idade, crença, crença nenhuma ou cultura) que desejam que a bondade, a justiça e o respeito sejam referencias para toda forma de vida e convívio na Terra.
Entretanto, apesar da harmonia entre uma trama bem bolada e um peso moral positivo, Cury deixa suas intenções muito visíveis em vários pontos da narrativa. Frases do tipo “Ele transferiu aos filhos heranças materiais mas não sócio-emocionais” ou títulos como “Superando os vales da dor emocional” entregam de bandeja a receita do bolo gostoso que o leitor vai comer mas não quer saborear um ingrediente que não se misturou à massa. Figuras de linguagem, alegorias ou uma simples remontagem de frase servem para homogenizar fantasia e mensagem subliminar. É certo que o leitor atento percebe as mensagens por trás das histórias mesmo que estejam bem implícitas, mas, pelo menos para mim, quando as mensagens ficam óbvias de mais, é como seu eu fosse arrancado da cadência prazerosa da história para contemplar as idealizações do autor. Não quero pensar no autor ou ser lembrado dele nesse momento. Quero embarcar na história e creditar nela, que ela é real, até eu fechar o livro. Malthus, Petrus, Apolo, os conselheiros corruptos do reino ou os acontecimentos e interações na história vão (ou não) me ensinar/propor alguma coisa. Não o autor. Depois do último capítulo, aí sim, eu posso dizer “Augusto Cury é um gênio!”. Na hora da fantasia, não me interrompa com a vida real.

O final do livro dá aquela tristeza. Tão bom que da dó de terminar. Mas aí vêm as palavras: FIM … DO PRIMEIRO VOLUME (tudo assim, em Caps Lock) e junto com elas a felicidade de saber que vem mais por aí. Eu não sabia que teria sequência. Geralmente os livros de série têm uma cadência mais lenta, o que não foi o caso de Petrus Logus. Espero que continue bom assim porque certamente continuarei acompanhando a saga do príncipe Petrus e seus parceiros de jornada na luta por um mundo mais justo para o povo de Cosmus.

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