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fevereiro 13, 2015

Áspero Amor (poema)



Minha religião é martírio e gratidão
Meu credo é difícil, é nobre.
Meu dogma é minoria, é erva daninha, é contramão.


Meu ideal, não o quero, mas nele acredito, dele preciso, nele sou vivo.
Meu credo dói, traz alívio.

Minha doutrina é simples e laboriosa. 
Doce e dolorosa.
Refrigério ardente à minha alma humilhada e contente.

Meu semelhante, precioso ingrato.
Acolhido odiável, agressor amável.
Afetado, necessitado, miserável.

Não eu, mas nós.
Só falo depois que ouvir sua voz.
Minha existência pela sua.
Assim como eu: lastimável, inestimável irmão.

Júbilo, sofrimento, 
ferida aberta, contentamento.

Meu desejo e missão
Minha voluntária obrigação.
Minha libertária servidão.

Meu prazer e minha dor.
Cego e sujo.
Puro e clarividente.

Amor.

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